O advogado mineiro Charles Roberto Melt, de 29
anos, cometeu suicídio ao atear fogo ao próprio corpo na cidade de
Itamogi, cidade que fica ao Sul do estado de Minas Gerais.
De
acordo com a Polícia local, Melt deixou uma carta de despedida
afirmando que sua morte era um protesto contra o projeto de lei que abre
espaço para que pessoas reprovadas no exame da OAB possam “advogar”.
Na
carta, Melt afirma que muitos advogados da cidade que continuam vivos
irão morrer de fome em breve, pois o mercado de trabalho já se encontra
saturado e com a criação de uma nova profissão, os advogados não teriam
mais como sobreviver. E para que essa projeto não fosse aprovado ele
atearia fogo ao próprio corpo.
Segundo o jornal
local, o advogado estacionou seu carro em frente ao prédio da Seccional
da Ordem dos Advogados do Brasil –OAB e despejou gasolina no próprio
corpo para, em seguida, atear fogo.
As testemunhas do suicídio disseram que fizeram esforço para apagar as chamas, mas os ferimentos foram muitos e profundos.
Socorrido,
o advogado foi levado ao hospital da cidade vizinha, São Sebastião do
Paraíso, mas não resistiu às queimaduras e faleceu.
Em
trecho da carta de despedida, o advogado descreve que testemunha dia a
dia o desrespeito com a classe profissional, vindos de juízes, outros
advogados e agora até mesmo de pessoas que sequer tiveram capacidade de
passar na OAB.
“Vou completar 30 anos de idade, e
meu coração está partido por causa disso. A OAB não faz nada para
impedir uma atrocidade destas. O meu ato servirá para abrir os olhos
para uma situação clara de desrespeito com os advogados. Conheço colegas
que cometeram o suicídio por causa da falta de dinheiro, outros
passaram a beber demais e abandonaram a carreira. Então, nesta data
tardia, tomei a decisão de demonstrar meu descontentamento, dando o meu
corpo para ser queimado, com amor no meu coração, não só para eles, mas
também para todos os advogados do Brasil”, concluiu
Nenhum comentário:
Postar um comentário