OAB e suas Seccionais em posição suspeita em escândalo de 30 milhões
A presença “intimidatória” do ex-ministro da Justiça Márcio Tomaz
Bastos - ao lado do bandido Carlinhos Cachoeira - na CPI que tenta
limpar os esgotos fétidos dos podres poderes, se constituiu num dos
maiores desrespeitos cometido por um membro da OAB, comprometendo
definitivamente a “imaculada” imagem da instituição. Ética, austeridade e
profissionalismo! Que nada... São “retóricas doutrinadas” – desprezadas
no estampado riso irônico de Marcio Tomaz Bastos, quando as Câmeras das
Redes de Televisões “fecharam” sua imagem em “close”. (Depoimento
silente do cínico e sarcástico Carlinhos Cachoeira na CPMI).
Presença de Márcio Tomaz Bastos foi como Advogado? Ou estava em
“missão” do PT? Seu propósito surtiu efeitos – ser enxergado pelos
membros do STJ e STF - que lhes devem o favor de suas indicações, para
os Cargos que ora ocupam. Desdobramentos do fato, ou cena televisiva:
Desembargador Federal da Primeira Região (DF) Tourinho Neto, concedeu
Habeas Corpus em favor da liberdade de Carlinhos Cachoeira. Dois pesos e
duas medidas... Vez que, concomitantemente neste mesmo instante, a
Ministra do STF Carmem Lúcia, negava o mesmo “direito” – líquido e certo
- ao Senador Demóstenes Torres. O Parlamentar pediu suspensão do
processo de cassação de seu mandato eletivo (em curso), pela Comissão de
Ética do Senado Federal, enquanto perdurasse a CPI. São ações
simultâneas, que exigem tempo do acusado, para preparar respectivas
defesas. Negaram-lhes.
O curioso é que em todas as peças processuais - inclusive o pedido
de Habeas Corpus do “Cachoeira” - não aparecem assinatura (subscrição
ou chancela) do seu Advogado, Márcio Tomaz Bastos. Por quê? Como bem
advertiu o Procurador Geral da República, Roberto Gurgel, a CPI do
Cachoeira seria uma “cortina de fumaça”, para desviar a atenção do
julgamento do Mensalão - que caminhava “sorrateiramente” para prescrição
- “protegida” pela providencial negligencia “displicente” da grande
mídia nacional.
Paradoxalmente, resta ao cidadão comum, o papel de vítima, e
simultaneamente culpado, num processo que não levará ninguém a cadeia.
Pagam-se impostos, para que funcione um “circo sinistro”, exibindo
“espetáculos” que fazem apologia ao caos. Perplexos, diante do trágico -
que não tem nada de cômico – o contribuinte não sabe mais a quem
recorrer, diante da tamanha insegurança jurídica instalada no país. Como
imaginar que um ex-presidente da República, encabece fila de infratores
- segundo as Leis e Constituição do Brasil - abordando de forma
suspeita quatro Ministros do STF? Usando tráfico de influência, Lula
tentava direcionar o julgamento de uma “gang”, que criminosamente
roubou, e continua roubando descaradamente, bilhões de reais de uma
gente pobre, hoje despida de civismo, nacionalismo e céticos de seus
direitos. Por que não decretaram a prisão preventiva de Lula? Geralmente
este “instrumento” é usado pela Justiça e aplicado disciplinarmente,
aos que tentam impedir ou influenciar nas investigações, julgamentos e
sentenças, dos acusados por prática de crimes. Lula está imune? Acima de
qualquer suspeita? Onde está a OAB dos sonhos de Afonso Arinos, Evandro
Lins e Silva; Seabra Fagundes; Célio Borges...
Nossa intenção – registro histórico simplório – tem como objetivo
mostrar para posteridade, os conflitantes momentos da recém-nascida
democracia brasileira (1988), hoje (2012), prematuramente em estado de
coma. Quanto
a OAB, ultimamente discutimos sua “moralização”, mesmo sabendo que é
mais um dos órgãos nobres, que compõe o gigante corpo do Brasil
Continental, infectado pelo crime organizado, corrupção desenfreada, e
impunidade banalizada. Debaixo
do nariz da Seccional da Paraíba, um funcionário do Tribunal de Justiça
fez sua inscrição, e obteve seu registro. Integra a quadrilha, com mais
três “associados” da Ordem PB, que aplicaram golpes de mais de 30
milhões de reais, fraudando o seguro de pagamento obrigatório dos
usuários do trânsito (DPVAT). Como o exemplo vem de cima para
baixo... Ao se recusarem punir ou repudiar a atitude antiética do
ex-ministro Márcio Tomaz Bastos, criou-se precedente para não mostrarem
os rostos, e nem revelarem os nomes dos membros da quadrilha
(Advogados), detidos pela Polícia Federal. A
“gang” tem ramificação em mais dois Estado: Pernambuco e Rio Grande do
Norte. A OAB, ao invés de aproveitar a oportunidade, e fazer uma
“assepsia” nos seus quadros - expulsando os “assalariados” do crime
organizado - “bandidos” que travestidos de advogados atuam e ou
sobrevivem do submundo do crime, silencia de modo comprometedor. Que
pena...
Júnior Gurgel - Jornalista e comentarista político em diversos veículos, na Paraíba e Rio Grande do Norte.